. Na última postagem foi comentado o que era o
colesterol, sua importância no organismo e explanação sobre seus
transportadores, o LDL e HDL, na segunda parte da postagem trataremos do
aspecto clinico, decorrentes do excesso de colesterol no mecanismo corporal.
Como já exposto, o colesterol aumenta o risco
de doenças relacionadas ao sistema cardiovascular somado a outras variáveis. Os
seguintes fatores aumentam o risco de doença coronariana:
• Colesterol alto
• Fumo
• Pressão alta
• Diabete
• Obesidade
• Idade: homens acima de 45 anos e mulheres
acima de 55 anos
• Sexo masculino
• História de doença coronariana nos
familiares próximos
O colesterol é um dos principais fatores de
risco para doença coronariana passíveis de controle, junto ao fumo e a pressão
alta. A Idade, sexo, história familiar são considerados fatores de risco não
modificáveis. O controle do colesterol retarda o endurecimento das artérias e
pode mesmo reverter o processo de crescimento da placa, ou seja, levar à sua
regressão, ainda que parcial. Estudos clínicos demonstraram que a queda de um
ponto percentual nos níveis de colesterol associa-se com uma queda de dois
pontos percentuais (o dobro!) no risco de ataque cardíaco. Recentemente
demonstrou-se que o tratamento agressivo do colesterol alto com medicamentos e
dieta reduziu significativamente o risco de morte decorrente de aterosclerose
coronariana, além de melhorar a sobrevida dos pacientes.
O que influencia o nível de colesterol no
sangue?
Não obstante o aumento de peso e a ingestão
de gordura animal possam aumentar o colesterol, o componente hereditário é
decisivo. Aquele indivíduo tem colesterol alto constitutivamente, porque os
instrumentos de que o organismo, mais especificamente o fígado, lança mão para
remover o excesso de colesterol circulante, não existem em quantidade
suficiente ou não funcionam em sua plena capacidade.
Anormalidades
no processamento do LDL colesterol.
Um a cada 500 adultos têm uma anormalidade
genética que impede o organismo de processar adequadamente o LDL colesterol.
Tais indivíduos terão o colesterol alto mesmo ingerindo-o em quantidades
pequenas.
Quando se deve dosar o colesterol?
Recomenda-se dosar o colesterol no sangue a
cada 5 anos a partir dos 20 anos de idade. A chance de desenvolver doença do
coração aumenta proporcionalmente ao aumento do colesterol. Os níveis ideais
situam-se abaixo de 200 mg/dl. Indivíduos acima de 35 anos e com colesterol em
níveis ideais não precisam de tratamento.
Quem deve ser tratado?
Quem
tiver colesterol total elevado e LDL acima de 130, necessita dieta, perda de
peso e exercícios. Recomenda-se o uso de medicação para aqueles com LDL alto,
acima de 190 apesar da dieta. Para quem tiver mais de dois fatores de risco, a
recomendação de remédios é feita em níveis mais baixos de LDL, por volta de
160.
Já para os indivíduos sabidamente portadores
de doença coronariana, recomenda-se uma abordagem mais agressiva: remédios para
quem tiver LDL acima de 130, visando deixá-lo abaixo de 100.
Qual o tratamento para níveis elevados de
colesterol e triglicerídeos?
As recomendações para o tratamento do
colesterol alto devem levar em consideração os níveis de colesterol total, LDL,
HDL e a associação com outros fatores de risco para doença coronariana. Dieta,
exercícios físicos e perda de peso constituem o tripé insubstituível mesmo para
quem utiliza os medicamentos para baixar o colesterol. A redução da ingestão de
colesterol e gorduras saturadas e o aumento no consumo de fibras pode reduzir
em 10 a 15% os níveis sanguíneos de colesterol e em 15 a 20% os de
triglicerídeos. Mas caso níveis elevados persistam com a dieta, indicam-se os
medicamentos. É fundamental compreender que a eficácia do uso dos redutores de
colesterol em prevenir morte cardíaca e infarto depende de seu uso contínuo. O
processo de deposição de gorduras na parede das artérias inicia-se
precocemente, ainda na adolescência e, portanto não há benefício no tratamento
de curto prazo. Dietas ricas em colesterol e gorduras saturadas podem aumentar
os níveis circulantes de colesterol. Dietas ricas em gorduras insaturadas podem
baixar os níveis de colesterol.
Medicamentos.
A colestiramina
é um preparado que deve ser misturado com líquido. Uma vez no intestino, esta
substância fixa os sais biliares e impede a absorção de gordura e colesterol.
Entretanto, sua eficácia é proporcional à dose ingerida e, infelizmente, a
tolerabilidade do organismo para doses acima de 2 a 3 saquinhos diários é
bastante reduzida, podendo levar a náuseas, indigestão e constipação
intestinal.
Os fibratos,
como o gemfibrozil têm mais ação
sobre os triglicerídeos, ao mesmo tempo em que aumentam os níveis de HDL, o
“colesterol bom”. As “vastatinas” compõem o grupo de medicamentos mais eficaz e
bem tolerado redutor de colesterol e atuam bloqueando a síntese desta
substância pelo fígado. Elas podem reduzir o LDL colesterol em 25 até 50%, ao
passo que aumentam o HDL em 5 a 10%.
Em
casos graves, hipercolesterolêmia.
Pacientes com hipercolesterolêmia familiar
podem necessitar de combinações de medicamentos e, nos casos mais graves, podem
necessitar de recurso a aparelhos de “diálise” que removem o colesterol da
circulação à semelhança de uma hemodiálise para pacientes.
Referências: