quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Medicamentos para emagrecer: Salvem nossa dieta!

             
            Na primeira postagem abordamos o tema obesidade de maneira geral, expondo os riscos a que estão sujeitos os indivíduos, e desenvolvemos o tema como um problema de saúde pública como ele realmente deve ser tratado. Continuando a ideia principal do blog temos que avaliar os efeitos da obesidade ou sobrepeso na saúde das pessoas, inclusive na hora de se desfazerem dessas gordurinhas tão indesejadas. O verão está chegando!
             
            Os padrões de beleza se modificam ao sabor da mídia e a indústria dependente da estética continua a faturar seus bilhões. Mas o verão está chegando e assim as pessoas entram no mode-on para o projeto verão que tem como objetivo máximo a perda de peso a curto prazo, afinal de contas, quem não deseja estar em forma para aproveitar ao máximo o que o verão tem a oferecer, e por uma surpreendente coincidência a quantidade de anúncios sobre medicamentos para emagrecimento milagrosos tendem a aumentar, coisas do destino.
              Para emagrecer de forma saudável todos conhecemos a fórmula correta, uma boa alimentação, que seja balanceada para o seu cotidiano, hábitos saudáveis aliados a pratica de atividade física, não esquecendo do acompanhamento de um médico. No entanto a busca por um corpo perfeito de maneira mais simples provoca a procura por medicamentos e substâncias naturais que possam dar aquela mãozinha na hora de perder peso, e que interferem no metabolismo, catabolismo ou ritmo corporal. A auto medicação também envolve sérios riscos como bem trabalhado em uma postagem pelo blog “Tem bioquímica no sangue?” http://sanguebioquimico.blogspot.com.br/ que explica os efeitos em que a auto medicação pode acarretar no funcionamento do organismo, usando o paracetamol como exemplo, discutiu-se até qual é o limiar em que o remédio torna-se danoso, tomando isso por base virtualizamos a procura pela estética, em medicamentos que se dividem em quatro tipos:

1.            1.Os controlados

São medicamentos para emagrecimento que necessitam de prescrição médica, possuem tarja preta ou vermelha e há a retenção de receita. Entre os controlados existem 3 tipos diferentes:

As famosas anfetaminas: Eram entre os medicamentos para emagrecer, os mais clássicos, a anfepramona, fenproporex e mazindol, que no final de 2011 foram proibidos no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). As anfetaminas agem como estimulantes do SNC, aumentando a atividade cerebral reduzem o sono e o apetite.  Ao agir sobre os centros de controle do hipotálamo, ao mesmo tempo em que reduz a atividade gastrintestinal, a droga inibe o apetite e seu efeito pode durar de quatro a 14 horas, dependendo da dosagem. As anfetaminas são além de estimulantes, anorexígenas (pois reduzem o apetite). No entanto em um efeito semelhante ao que ocorre com a morfina, o organismo desenvolve tolerância às anfetaminas, o que exige doses cada vez maiores para que se obtenha o mesmo efeito. Elas foram retiradas do mercado legal por diversos motivos, mas principalmente pela suspeita de provocarem AVC.

A sibutramina: É comercializada com o nome de Reductil®, medicamento de tarja preta, possui ação mais especifica e menor ação estimulante que as anfetaminas. Atua de forma semelhante aumentando a transmissão dos neurônios serotonérgicos, noradrenérgicos e dopaminérgicos. O emagrecimento se dá por duas formas: a sibutramina reduz a vontade de comer promovendo o aumento da saciedade; previne a redução do gasto energético que acompanha a perda de peso.
Existem vários riscos no uso de sibutramina e por isso o médico e o paciente precisam assinar um termo de responsabilidade informando que estão cientes dos riscos de utilizar esse medicamento. Como afeta diretamente o coração pode causar problemas cardiovasculares: hipertensão, arritmias, infarto do miocárdio, taquicardia e AVC.

Também são utilizados antidepressivos e ansiolíticos para emagrecimento. Eles não possuem ação anorexígena, porém diminuem a ansiedade (ansiolíticos), combatendo assim um de seus efeitos que a gula. O antidepressivo fluoxetina (Prozac®) tem como um de seus efeitos colaterais a redução da fome, sendo por isso prescrito também como emagrecedor.

Vale lembrar que todos esses medicamentos provocam dependência física ou psíquica. Então deve ser prescritos e ter o acompanhamento de um médico, se utilizando sempre de pequenas doses.

2.             2. Medicamentos que afetam a absorção de gordura.

Pela lógica ficamos com acumulo de gordura pelo armazenamento dos triglicerídeos no tecido adiposo, então não demorou muito para que algum espertinho percebesse que se intervisse no catabolismo das moléculas de gordura então cessaria esse processo. Bingo! Temos o Xenical®, que em seu princípio ativo temos o orlistate, produzido pelas bactérias Stremptomyces toxytricini. Essas bactérias produzem uma substancias que age inibindo as enzimas pancreáticas (as lipases) que tem o papel de catabolizar a gordura ingerida, isso no intestino. Por meio desse processo, ou melhor, pela falta dele, as macromoléculas de gordura não são absorvidas na parede do intestino sendo assim eliminadas com as fezes. Mas como não existe medicamento assim tão milagroso (para o delírio dos gordinhos) o efeito adverso do medicamento é sim, uma famosa diarreia! Experimente consumir alimentos ricos em gordura, e você constatará o efeito laxativo.

O olistrate (princípio ativo do Xenical) e a sibutramina são os medicamentos para emagrecer mais utilizados no mundo. Sendo o olistrate considerado muito mais seguro.

3.             3. Os termogênicos

Um tipo de substancia bem conhecida por que curte academia, e que se escuta muito a respeito são os termogênicos, que segundo a “mitologia” quebra o tecido adiposo ao acelerar o metabolismo, aumentando assim a temperatura corporal, daí a etimologia.
Com toda certeza você que está lendo essa postagem, já ouviu falar em adrenalina, e também já deve ter sentido seus efeitos. A regulação de temperatura, o metabolismo e a queima de gordura são feitas por um mecanismo que usa a adrenalina como neurotransmissor. Portanto os termogênicos agem de forma semelhante a adrenalina utilizando compostos parecidos como a efedrina. Os efeitos adversos são similares ao da adrenalina e incluem sintomas cardíacos como aumento de pressão, taquicardia, tremores e arritmia.
Os efeitos do termogênicos ainda são passiveis de discussão, pois os estudos não tiveram resultados conclusivos.

4.             4. Os naturais

Esses são os favoritos das farmácias e das revistas de regime. Cada ano um novo composto natural é eleito como o salvador da dieta. Agora o exercício de raciocínio é simples, se funcionassem realmente e fosse realmente seguros e eficazes, uma grande indústria farmacêutica já teria patenteado, e estaria ganhando alguns bilhões, certo?

Referências:

Linck, Viviane. Medicamentos para emagrecer: Como funcionam e quais seus riscos. Disponivel em: < http://temciencianoteucha.wordpress.com/2013/11/28/medicamentos-para-emagrecer-como-funcionam-e-quais-os-seus-riscos/>. Acessado em 08 de out. de 2014.


Wikipédia. Anfetaminas. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Anfetamina> ; Acessado em 08 de out. de 2014


Wikipédia. Sibutramina. Disponivel em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Sibutramina>; Acessado em 08 de out. de 2014

8 comentários:

  1. O verão tá chegando! E nessa hora todo "milagre comprável" é bem vindo. Dos medicamentos citados um que está bem em evidência é o termogênico. Com o avanço das formas esculturais midiáticas a frequência às academias aumentou muito e o uso de termogênicos e de suplementos( fica a dica para futuras postagens) virou "modinha" dando muito dinheiro aos seus produtores com promessas "mitológicas". Outro ponto a se destacar é o efeito positivo de emagrecimentos dos medicamentos que atuam na absorção de gorduras. Claro que vão funcionar! Isto é, se derem o efeito adverso, afinal, nada melhor para emagrecer do que uma bom e velho efeito laxativo.

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  2. Ótima postagem sobre os medicamentos que causam a saciedade ou anorexígenos. De fato, a indústria farmacêutica disponibiliza alguns medicamentos de ação anorexígena indireta, como consequência da ação medicamentosa principal. Sobre a pergunta feita no final do texto, eu digo que não é interesse da indústria farmacêutica descobrir a solução para a perda de peso, mas desenvolver medicamentos com tal efeito colateral, como os próprios antidepressivos.
    A lógica dos medicamentos para emagrecer é ativar o centro da saciedade do hipotálamo, região que faz parte do diencéfalo, e portanto, sistema nervoso central.
    Como muitos desses medicamentos possuem ação nesta região, não seria de total estranheza ter como um dos efeitos colaterais a ativação do centro da fome ou mesmo da saciedade.
    O capitalismo exige o padrão ideal de corpo, e a mídia persuade milhões de consumidores ao redor do mundo, onde muitos recorrem até mesmo para a automedicação, o que pode ser um perigo, principalmente pelo fato de que muitos desses medicamentos possuem ação e princípio ativo variados, podendo originar efeitos colaterais diversos, overdose ou até mesmo, a morte.
    Para quem quer emagrecer, o melhor ainda é o exercício de práticas físicas constantes, seguido de uma alimentação saudável e variada, rica em nutrientes, evitando o excesso de carboidratos e lipídios, presentes principalmente em produtos industrializados, massas e bebidas açucaradas, como os refrigerantes.

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  3. O caminho mais rápido e mais fácil, nem sempre é o mais vantajoso e o emagrecimento por uso de medicamentos (drogas) é uma prova comum e atraente deste ditado popular.
    A indústria farmacêutica tem mostrado-se uma verdadeira vilã nas mais diversas modalidades de saúde, desde a produção de substância apenas comerciais sem benefícios compensatórios até a não produção de insumos básicos não comercializáveis.
    O que era para ser resultado de hábitos saudáveis (prática de atividade física) e alimentação saudável, passa a ser construído a partir de ingestão de uma pequena cápsula que mascara o perigo, e permite ao usuário extrapolar no sedentarismo e ingestão de gorduras e açúcares, principais vilãs da obesidade segundo a Organização Municipal de Saúde.
    A exemplo do Xenical, citado na postagem, tal droga proporciona ao organismo a não absorção de gorduras (lipídeos), ocasionando uma eliminação direta destes substratos e consequente uma mega quantidade de outras substâncias, como as vitaminas que são lipossolúveis A, D, E e K, provocando diversos problemas, desde os mais básicos como perda de cabela até doenças cardiovasculares, sem citar os efeitos colaterais da própria substância.
    Assim, é de extrema importância que os profissionais de saúde como formadores de opinião, instruam e orientem seus pacientes a ações de vida saudáveis, que abrange desde a alimentação até atividade físicas simples como a caminhada!

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  4. A obesidade relacionada à saúde é um tema bastante conhecido por nós, desde cedo aprendemos que a prática de exercícios físicos diminui os excessos e condiciona uma vida saudável. No entanto, o que mais se observa, é a vontade de perder peso, não por fatores ligados à saúde, e sim por questões estéticas, buscar a forma ideal para o corpo, sem gorduras excessivas é o desejo de todos, principalmente dos obesos. As indústrias alimentar farmacêutica usam dessa fragilidade das pessoas para inventar receitas milagrosas que garantem uma diminuição de peso em tempo cada vez menor. Na verdade o que ocorre é uma inversão de ideais, pois medicamentos como anfetaminas e sibutraminas, xenicais, temogênicos que foram desenvolvidos para outros fins acabam sendo comercializados de forma arbitrária com o intuito de reduzir o excesso de peso, mas podem interferir em outros processos e ocasionar problemas mais graves. Emagrecer é preciso, mas é necessário que se faça de forma saudável, e isso só se faz com dietas e uma boa dose de exercícios físicos.

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  5. Abordagem bastante pertinente sobre o tema, o assunto é atual e merece ter destaque em discussões. A mídia nos bombardeia com a imagem de um corpo perfeito, que todos sonham em alcançar, muitas vezes sem medir esforços para isso. É importante frisar que essas substâncias não devem ser usadas sem acompanhamento médico, pois além de apresentarem efeitos adversos importantes, a busca pelo corpo perfeito pode estar acompanhada por distúrbios psiquiátricos do paciente, como bulimia e anorexia, o emagrecimento de maneira rápida muitas vezes também é acompanhado do famoso "efeito sanfona" que é a recuperação de maneira rápida do peso perdido quando se suspende o uso do fármaco. Portanto mesmo com a existência desses medicamentos não existe fórmula mágica e instantânea para emagrecer senão com acompanhamento de dieta e exercícios a longo prazo. E para as próximas postagens sugiro que você aborde sobre os efeitos que a suplementação alimentar causa no organismo humano, já que também faz parte desse tema tão importante. Aguardo ansiosamente novas postagens!!!!!

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  6. A busca por resultados rápidos e sem esforço é grande. É comum arriscar a saúde em troca de uma melhor imagem pessoal. Nesse contexto, a indústria oferece métodos questionáveis de emagrecimento,apresentando lucros nas mais diversas àreas: venda de aparelhos, venda de medicamentos, venda de "alimento revolucionário", além dos gastos com nutricionista e com academia. O texto explorou bem os medicamentos relacionados ao emagrecimento, apresentando sua forma de atuação e seus efeitos colaterais.

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  7. A mídia realmente pode ser cruel quanto ao quesito beleza e peso. E muitas vezes isso ocorre não somente na promoção de produtos relacionados a dietas e emagrecimento fácil, mas também no simples destaque à um ideal de beleza no corpo de atrizes/atores e modelos.
    Porém acho que faltou ser abordado o outro lado da ação midiática, que vem nos últimos anos se preocupando com a saúde e boa alimentação e busca tanto informar a população acerca de hábitos mais saudáveis, através de programas como Bem Estar da emissora Globo, quanto também incentivar a perda de peso, através de programas como Além do Peso da emissora Record. Qual sua opinião acerca dessa vertente da mídia?
    Aguardo novas postagens!

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  8. Existem, como visto no texto, diferentes medicamentos e outros compostos que prometem a redução da massa de gordura do corpo. Apesar dessas substâncias serem um caminho fácil a escolher, também são extremamente prejudiciais à saúde. Como citado no texto, temos efeitos como doenças cardiovasculares, hipertensão, arritmia, infarto do miocárdio e até AVC. Apesar disso, a indústria farmacêutica continua a desenvolver medicamentos que visam o emagrecimento, pois os mesmos são fonte certa de lucro. Isso, porque a maioria das pessoas com excesso de gordura tende a escolher alternativas em que não haja quase nenhum esforço envolvido. Essas alternativas sempre têm consequências graves como já citadas, mas, além disso, não são eficazes a longo prazo, visto que se a alimentação não saudável e em excesso continua, o indivíduo voltará a ganhar peso. Ademais, perder peso nem sempre significa ser saudável. Se a pessoa continua a ingerir alimentos prejudiciais, como refrigerantes, frituras e alimentos industrializados em geral, ela continuará a ter problemas (como o colesterol alto e a hipertensão) decorrentes disso, estando magra ou não. É necessário que se busque a alimentação saudável e adequada para o indivíduo com um nutricionista e/ou médico, além da prática de esportes também acompanhada por um profissional. Só assim é possível conseguir saúde e a diminuição da gordura do corpo.

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