quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Entre cães e gatos, se eles podem, nós podemos.

Quando navegamos na world wide web a procura de noticias, às vezes nos deparamos com algumas delas que não citam casos de corrupção, acidentes ou tem relação com a criminalidade, vez ou outra surgem notícias que nos fazem cair na gargalhada ( que queima calorias, então mais motivos para sorrir), dentre essas informações que não deixam de ser sérias, aparecem algumas relacionadas com o excesso de peso, casos que se você tiver outra ótica podem ser bem tristes, como a história do cachorro bolinha que há 12 anos foi abandonado em um posto de combustíveis e acabou virando o mascote da lanchonete do estabelecimento, mas acabou engordando demais depois que os clientes começaram a dar comida pra ele, após uma reportagem feita ele foi resgatado por uma ONG e tem o objetivo de perder peso. A reportagem na integra aqui.

Bolinha, durante dieta e academia para perder peso
Depois
O drama de bolinha
Antes












Outra reportagem também recente mostra o gato obeso chamado Little Dude, que pesava a época 16,3 kg (sendo que o ideal para um felis domesticus, gira entre 5 e 6 kg), e que foi adotado por uma Californiana, que tem a meta de assim como o cão bolinha, fazer com que o animal perca peso.

Little Dude, sim, apenas um pequeno gatinho

O que esses dois casos tem em comum ao tema do blog? Mais do que você imagina. Como podemos observar, a obesidade está visivelmente estabelecida nesses dois animais, que comos sabemos, chegaram a este ponto através de hábitos alimentares ruins ( o “bolinha” era mascote de uma lanchonete, comia de tudo e a quase todo tempo) e sedentarismo, nesse ponto esses dois animais se assemelham ao perfil da pessoa obesa, e a grande parte da população brasileira, segundo o Ministério da Saúdemas há duas diferenças gritantes entre esses animais e a maioria das pessoas, a primeira é que eles passaram a ter uma vida mais saudável, é claro com toda a orientação de um ser humano, e a segunda é que eles são irracionais (pelo menos em parte), enquanto nós temos consciência sobre o que pode vir a ser bom ou ruim ao nosso corpo e a nossa mente.

Também ao navegar a procura de noticias, achamos pesquisas que ampliam ainda mais o conceito de quanto a obesidade como doença crônica pode ser alarmante. Um estudo publicado na revista “The Lancet” por uma equipe do Instituto de Pesquisa do Centro de Saúde da Universidade McGill de Montreal (Canadá) que elaborou um modelo informático da incidência de doenças conforme o peso, com dados extraídos do estudo de nutrição e saúde nacional dos Estados Unidos. A partir disso eles concluíram que a obesidade pode reduzir em até oito anos a expectativa de vida das pessoas e em 19 os anos de vida sem doenças.

Os especialistas calcularam o risco de contrair diabetes e doenças cardiovasculares para adultos de diferentes pesos e, depois, analisaram o efeito do sobrepeso e da obesidade nos anos de vida que perdiam - e nos anos de vida saudável perdidos - de adultos americanos com idades entre 20 e 79 anos, comparado com pessoas de peso normal.

Eles comprovaram que as pessoas com sobrepeso (o índice de massa corporal, ou IMC, de 25) perdiam até três anos de expectativa de vida, dependendo de sua idade e gênero. As pessoas obesas (IMC de 30) perdiam de um a seis anos, enquanto as muito obesas (IMC de 35) viam sua vida diminuída de um a oito anos, comparado com pessoas com um IMC ajustado a sua altura e dimensões.


Sabe aqueles ratinhos de laboratório? Eles são tão parecidos conosco que são utilizados em experimentos, para testar novas drogas, ou testar hipóteses a respeito das mais diversas doenças. A partir de estudos feitos nessas cobaias com ratos magros e obesos, os pesquisadores da Unicamp verificaram que bastava apenas uma sessão de 3 horas de exercício para que a ingestão de alimentos nos animais obesos diminuísse aos mesmos níveis observados nos animais magros, portanto, eles concluíram que além de promover o gasto de energia, a pratica da atividade física é capaz de diminuir a ingestão de alimentos por obesos, ou seja, mais um ponto para o exercício físico, frente a dietas miraculosas, além é claro de vários benefícios expostos na primeira postagem do blog . Essa pesquisa demonstra que o exercício tem um duplo beneficio. Mas de que forma o exercício ajuda a diminuir a ingestão? Bem, a obesidade provoca um processo de inflamação de baixa intensidade em uma região do cérebro chamada hipotálamo, que, entre outras funções, está envolvida no controle da saciedade. 


Em um indivíduo saudável, o hipotálamo é sensível à ação dos hormônios insulina e leptina, que conseguem penetrar nesse tecido cerebral e aumentar a expressão de peptídeos (chamados anorexigênicos) que reduzem a ingestão de alimentos. Mas a inflamação faz com que o hipotálamo se torne resistente à ação da insulina e da leptina. 


A atividade física é capaz de reduzir a inflamação no hipotálamo de obesos e restaurar a sensibilidade dos neurônios dessa região à insulina e à leptina. Esse ef


eito contribui para a redução da ingestão alimentar e, consequentemente, do peso corporal.


Método
Ratão e ratinho
Para chegar a essa conclusão, a equipe submeteu 34 ratos magros e obesos a duas sessões de 3 horas de exercício com 45 minutos de intervalo entre elas. “Com apenas uma sessão de exercício, a ingestão alimentar dos ratos obesos foi reduzida aos níveis observados nos ratos magros”, conta Ropelle. 


Proteína anti-inflamatória



Segundo o pesquisador, esse fenômeno se deve à ação da proteína interleucina-6, produzida no hipotálamo em resposta ao exercício físico. 

“Embora esta seja uma proteína inflamatória, dependendo do tecido do corpo, ela pode fazer a inflamação avançar ou reduzir”, explica Ropelle (pesquisador da Unicamp). No caso do hipotálamo, a interleucina-6 aumenta a produção de interleucina-10, que é uma proteína anti-inflamatória. 

“O exercício é um modelo capaz de alterar localmente a interleucina-6”, explica o pesquisador. Para confirmar a ação dessa proteína, o grupo injetou-a no hipotálamo de ratos obesos e também observou a redução da ingestão alimentar. “A interleucina-6 mimetizou o efeito do exercício”, conclui Ropelle. 


Recordar é viver

Também há um documentário muito interessante a despeito dos nada amigáveis fast-foods: Super Size Me, a Dieta do Palhaço (o diretor Morgan Spurlock decide ser cobaia de um experimento. alimentar-se apenas nas lanchonetes McDonald's durante um mês. durante o período da experiência, o diretor fala da cultura do fast food e mostra os efeitos físicos e psicológicos desta alimentação. um ótimo documentário, sucesso de público e crítica) , logo abaixo.




Referências:











6 comentários:

  1. Sem dúvidas o exercício físico é indispensável para um bom estado de saúde, mas o que poucos sabiam e agora podem desfrutar, é como essa atividade física pode atuar na sensibilidade à hormônios relacionados ao metabolismo energético, como destacado brilhantemente na postagem.
    A atividade física é utilizada na atualidade como uma maneira de compensar os péssimos hábitos alimentares, especialmente, baseados em fast foods, tentando minimizar a síntese de lipídeos pelo excesso de carboidratos e gorduras, visto que refeições super calóricas não irão ser utilizadas naquele momento e talvez não tão breve, como em indivíduos sedentários.
    O grande problema da atividade física, é que muitas vezes ela acontece sem o acompanhamento profissional adequado, que atua bem antes da atividade física em si começar, com uma análise do perfil do indivíduo, patologias e/ou disfunções, e então a prescrição de uma atividade física de acordo com as necessidades e particularidades do indivíduo, além de orientações a serem realizadas além da atividade física.
    Clinicamente, um grande avaliador do condicionamento físico de um indivíduo é o teste ergométrico ou ergoespirometria, que permite avaliar diversos parâmetros em um indivíduo quando o mesmo é submetido à atividade física até o seu limite, fadiga muscular, que ocorre quando a energia proveniente do glicogênio muscular está no final e os músculos iniciam processo de fermentação láctea e ocasiona a fadiga muscular.

    PARABÉNS pelo excelente blog e pela enorme contribuição na construção do conhecimento, objetivando formar profissionais capazes de dialogar acerca de temas cotidianos, com linguagem acessível, sem perder o fundamento bioquímico.

    FONTE:
    Teste Cardiopulmonar ou Ergoespirometria Disponivel em http://www.einstein.br/Hospital/cardiologia/exames-e-testes-diagnosticos/Paginas/teste-cardiopulmonar-ou-ergoespirometria.aspx Acesso 10 Dez 2014

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  2. De fato, pode-se dizer que a obesidade enquadra-se como um caso de saúde pública, tendo em vista toda a informação veiculada neste blog. Diz-se "problema de saúde pública" todo aquele que é refletido na sociedade e que pode alterar padrões de comportamento e a funcionalidade orgânica dos indivíduos, bem como propiciar o estado de adoecimento ou ausência do estado biopsicossocial, segundo as novas diretrizes da OMS (Organização Mundial de Saúde).
    Dessa forma, é necessário observar que a raiz de boa parte dos males contemporâneos é o próprio sistema no qual estamos inseridos: o capitalismo. Padrões de comportamento variam de acordo com as necessidades de um mercado selvagem e das ideologias midiáticas. Dentre eles, o padrão alimentar, em que observa-se um número crescente de pessoas que se alimentam de "fast food", por conta do rápido preparo, bem como pela mensagem da mídia que persuadis o consumidor com falsas vantagens, proporcionando-lhe a médio e longo prazo, danos que possivelmente, sejam irreversíveis.
    Dentre os perigos da má alimentação, elenca-se a ausência de nutrientes essenciais, como as vitaminas e sais minerais, o consumo exagerado de sódio, açúcares e lipídeos, bem como dos corantes e nitritos, que podem desencadear quadros de dislipidemia, diabetes e até mesmo, o câncer.
    Os riscos mostram-se ainda mais expressivos quando falamos dos lipídeos e o aumento do "colesterol ruim" ou das lipoproteínas de baixa densidade que se aglomeram na parede das artérias (aterosclerose - arteriosclerose), expondo o consumidor - paciente a riscos de doenças cardiovasculares.
    Dessa forma, é necessário que estimulemos a prática de atividades físicas e a alimentação regular e equilibrada, sobretudo por meio de nossa própria formação médica, além de um apoio estatal para a ampliação das áreas já construídas com academias, por exemplo, uma vez que isso reflete em qualidade de vida e saúde.
    Como indicado no blog, os exercícios físicos auxiliam na redução de ingestão alimentar de obesos, segundo pesquisas recentes; além, é claro, de reduzir os níveis de gordura no sangue, e melhorar a capacidade cardiorespiratória.
    Os exercícios mais indicados são os aeróbios, como as atividades: caminhadas, corridas, bicicleta, natação e dança, pois apresentam um gasto calórico significativo. Como ninguém ganha gordura corporal do dia para a noite, o emagrecimento deve ser gradual e saudável, mudando o seu estilo de vida com dieta e exercícios acima citados. Atividade física é uma parte essencial em qualquer programa de perda de peso e deve tornar-se permanente em seu estilo de vida. Os benefícios da atividade física podem incluir:
    - Queima de calorias e perda de peso, manutenção da tonificação dos músculos, aumento da taxa de metabolismo (a quantidade de calorias que o seu organismo queima 24 horas por dia), melhoria na circulação e melhoria nas funções cardíacas e pulmonares, redução do stress e melhoria na concentração.

    FONTE:
    http://www.webartigos.com/artigos/obesidade-e-a-pratica-de-exercicios-fisicos-adequados/10895/#ixzz3LdamwiIB

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  3. Muito interessante essas experiências feitas com esses animais a fim de mostrar a importância dos exercicios físicos para o combate a obesidade. Está mais do que comprovado que a atividade física constitui um importante fator de interferência no controle do peso corporal. No entanto, percebe-se pouca aderência aos programas de exercícios por parte da população obesa, que hoje, devido ao sedentarismo e aos hábitos alimentares incorretos, representam um percentual cada vez maior de nossa população. No entanto, inúmeros fatores físicos, sociais e ambientais afetam o comportamento do obeso em relação a prática de atividade física. Experiências anteriores negativas, como sentimento de inadequação; baixa performance; dificuldade de sociabilizar-se com os demais participantes quando a atividade é realizada em grupo; oscilações de ânimo dos obesos, que muitas vezes passam despercebidas, são fatores que podem justificar a recaída nos programas de atividade física.
    A descoberta de alguma habilidade física pessoal e a escolha de uma atividade prazerosa, podem favorecer a adaptação do obeso à prática de exercícios físicos.
    Além da atividade física regular, adotar um comportamento mais ativo diante de algumas situações do dia-dia como, utilizar com mais freqüência as escadas, andar a pé quando não for necessário o uso de automóvel, lavar o carro, cuidar do jardim, contribui e muito, para aumentar a demanda energética. Esta mudança de comportamento é fator preponderante no tratamento da obesidade.
    Seria interessante alertar que embora a prática de atividade física não consiga tornar todos os indivíduos magros, ser ativo pode representar um ganho de diversos benefícios extremamente importantes à saúde.

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  4. Como mostrado a obesidade e o aumento de peso possuem diversas causas. A alimentação descontrolada, por exemplo, dos animais citados ganham peso rapidamente, mas é bom lembrar que esses animais são irracionais e, no caso do ser humano pensamento e emoções podem estar ligados também a impulsividade de comer e ao aumento de peso. Doenças como bulimia e anorexia são extremamente graves e colocam em risco a vida das pessoas. Problemas hormonais também podem aumentar aparentemente a circunferência abdominal de pessoas. No entanto, é importante destacar a existência de um mito folclórico segundo o qual as pessoas obesas não conseguem emagrecer por causa de problemas na tireoide, porque isso não é verdade. O porcentual de hipotireoidismo subclínico é alto, mas ele não leva à obesidade. Embora o metabolismo fique mais lento, a pessoa come menos, pois sente menos fome. Seu peso aumenta, porque ela incha e forma o que chamamos de mixedema. Em vista disso, tratamento para combater a obesidade com hormônios de tireoide deve ser rigorosamente condenado. A anorexia e a bulimia são distúrbios alimentares dos quais o número de casos vem aumentando especialmente em adolescentes do sexo feminino e com boa condição socioeconômica e cultural. O desejo fixo pela magreza e a busca pelo corpo ideal são características fundamentais para entender esses dois distúrbios. As pessoas com estes transtornos têm em comum uma preocupação excessiva com o peso, medo de engordar e uma distorção da imagem corporal em que a pessoa não se vê conforme se apresenta na realidade.

    Fontes: http://drauziovarella.com.br/entrevistas-2/hipotireoidismohipertireoidismo/
    http://www.bensaude.com.br/noticias/leitura/380/Anorexia-e-Bulimia-na-Adolesc%C3%AAncia

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  5. Quando inflamado, o hipotálamo perde parte de suas funções e se estabelece um desequilíbrio entre ingestão de alimentos e dispêndio energético, na forma de termogênese. A exposição aos ácidos graxos saturados, quando prolongada, pode levar à morte de neurônios – processo chamado de apoptose. A perda de neurônios com função central no controle do peso pode explicar porque pessoas obesas que se submetem a dietas rigorosas, ainda que consigam emagrecer nas primeiras semanas, voltam a engordar.

    Hoje podemos afirmar que gorduras saturadas contribuem para o ganho de peso não apenas por seu valor calórico mas também devido às propriedades moleculares desses nutrientes. O efeito depende da carga genética de cada pessoa. Em experimentos, verificou-se que animais com predisposição à obesidade perdem mais neurônios.
    FONTE
    http://www2.uol.com.br/sciam/noticias/caminho_para_a_obesidade.html

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  6. Os pets – por serem considerados membros da família – acompanham o estilo de vida e hábitos alimentares de seus donos. Muitos animais recebem alimentação de forma errada como guloseimas (biscoitos, petiscos, restos de comida), o que contribui para o aumento de peso. A obesidade em pets, assim como em humanos, decorre de um desequilíbrio entre o consumo e o gasto de energia, ou seja, a ingestão de calorias provenientes da dieta é superior a sua queima. Esse excesso de energia é acumulado no organismo na forma de gordura sendo prejudicial à saúde. São diversos os efeitos que a obesidade pode acarretar em cães e gatos, dentre eles, os mais comuns são: o diabetes, câncer, problemas articulares, respiratórios, doenças de pele, menor expectativa de vida, entre outros. Diante disso, assim como em nós, a obesidade é considerada uma doença e precisa ser tratada nos animais de estimação.
    O exercício físico é a solução, como mostrado na postagem. É importante também a alimentação antes e depois do exercício. Recomenda-se um lanche leve antes da atividade física, mas que seja rico em carboidratos e em fibras que ajudam a manter a energia durante a prática e podem até acelerar a queima de gordura. Depois dos exercícios, o ideal é uma refeição ou um lanche que tenha carboidratos, vegetais e uma proteína magra. A reposição de nutrientes é fundamental para ajudar no aumento, manutenção e recomposição da massa muscular.
    Fonte: http://boaforma.uol.com.br/noticias/redacao/2013/08/28/comer-antes-e-depois-de-fazer-exercicio-auxilia-na-queima-de-gordura.htm
    http://www.portalfilhotes.com.br/obesidade-ja-atinge-animais-de-estimacao/

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