sábado, 15 de novembro de 2014

Cirúrgia Bariátrica

Como prometido na última postagem abordaremos o conceito de Cirurgia Bariátrica, a quem ela é indicada, no que consiste o procedimento e o pós-operatório.
Gastroplastia, Cirurgia Bariátrica, Cirurgia da Obesidade ou ainda Cirurgia de redução de estômago é uma plástica no estomago que tem o objetivo de pessoas com Índice de Massa Corporal (IMC) muito elevado, é usada para casos extremos, pois além de intervenção cirúrgica exige a mudança  de hábitos do paciente para que de fato, a operação tenha sucesso a longo prazo.
        De maneira sucinta, serão expostos alguns tópicos para um melhor entendimento. Antes de mais nada, cabe relembrar um conceito importante:
              

  O que é IMC?

 É uma medida internacional usada para calcular se uma pessoa está no peso ideal. Trata-se de um método fácil e rápido para a avaliação do nível de gordura de cada pessoa, ou seja, é um preditor internacional de obesidade adotado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
IMC
Classificação
<16
Magreza grave
16 à < 17
Magreza moderada
17 à < 18,5
Magreza leve
18,5 a < 25
Saúdavel
25 a < 30
Sobrepeso
30 a < 35
Obesidade Grau I
35 a < 40
Obesidade Grau II (severa)
≥ 40
Obesidade Grau III (mórbida)
O IMC é determinado pela divisão da massa do indivíduo pelo quadrado de sua altura, em que a massa está em quilogramas e a altura em metros.
                O resultado é comparado com uma tabela que indica o grau de obesidade do indivíduo

         









 Quais são os tipos de cirurgia de redução de estomago?
           
 As cirurgias são divididas em dois tipos:
No primeiro há a redução do tamanho do estomago, e estabelece restrições, as variações são três e são as seguintes:
1)    Banda vertical ajustável;
2)    Gastroplastia vertical;
3)    Gastroplastia vertical com by-pass em y de Roux

Obs.: Esta última, chamada Capella ou Fobi-Capella, é a mais utilizada e foi desenvolvida por cirurgiões.
Nesse tipo de cirurgia, além da restrição por diminuição do volume do estômago, ocorre uma pequena disabsorção dos alimentos, porque eles deixam de passar pela primeira parte do intestino delgado.

         O segundo tipo de Cirurgia Bariátrica é a disabsortiva (ou Derivação bilio-pancreática), chamada de cirurgia de Scopinaro. Neste caso, o paciente tem mais liberdade de comer maior quantidade de alimentos, já que não há grande diminuição do estômago que fica com 2/3 do seu tamanho. O que funciona aqui é o grande desvio do alimento, que vai para o intestino grosso.
           
           Em ambos os tipos a redução de peso se faz pela redução da ingestão de alimentos.


A quem ela é indicada?


Segundo a OMS, esse tipo de cirurgia é indicado para pacientes com IMC acima de 35 kg/m², que tenham complicações como apneia do sono, hipertensão arterial, diabetes, aumento de gorduras no sangue, problemas articulares, ou pacientes com IMC maior que 40 kg/m² (mesmo que sem doenças associadas) em que o tratamento clinico não surgiu efeito
          
           Esse tipo de cirurgia está indicado, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) para  pacientes com IMC acima de 35 Kg/m², que tenham complicações como apneia do sono, hipertensão arterial, diabetes, aumento de gorduras no sangue, problemas articulares, ou pacientes com IMC maior que 40 Kg/m², que não tenham obtido sucesso na perda de peso com outros tratamentos clínicos.


A cirurgia também é indicada para pacientes com idade entre 18 e 65, e que não tenha contra indicações clinicas para ser operado, e já esteja com o peso estabilizado há pelo menos 2 anos.
As contra indicações são doenças graves como cirrose hepática, doenças renais, psiquiátricas, vícios (droga, alcoolismo), disfunções hormonais, etc.

Após a cirurgia, os problemas associados a obesidade são amenizados?

Na maioria dos casos, com a cirurgia bariátrica, além de perder grande quantidade de peso, o paciente tem os benefícios da melhora, ou mesmo cura, do seu diabetes, controle da pressão arterial, dos lipídeos sanguíneos, dos níveis de ácido úrico, alívio das dores articulares. Além de uma melhoria aparente na auto-estima.

Quais são os cuidados pré-operatórios?

Os cuidados antes de cada cirurgia vão depender de cada caso, mas no geral consistem em avaliações clínico-laboratoriais com exames de sangue, radiografia de tórax, ultrassonografia e/ou tomografia do abdômen, avaliação cardiológica, endoscopia digestiva com pesquisa de H. Pylori e avaliação da função respiratória (mais aprofundada quanto mais obeso ou complicado seja o caso). Caso o paciente tenha alguma doença que necessite tratamento e controle prévio, a cirurgia será adiada até que se obtenha a melhor condição clínica.
           
            Quais são os cuidados pós-operatórios?

     
        Após a operação, o paciente deverá seguir as estritamente recomendações médicas. Logo no início, a alimentação será somente com líquidos, passando para alimentos pastosos e finalmente retornando aos sólidos. Do ponto de vista nutricional, os pacientes submetidos à cirurgia bariátrica deverão ser acompanhados por longo tempo, com objetivo de receberem orientações específicas para elaboração de uma dieta qualitativamente adequada. Quanto mais disabsortiva for a cirurgia, maior a chance de complicações nutricionais, como anemias por deficiência de ferro, de vitamina B12 e/ou ácido fólico, deficiência de vitamina D e cálcio e até mesmo desnutrição, nas cirurgias mais radicais. Reposições vitamínicas são feitas após a cirurgia e mantidas por tempo indeterminado. A diarreia pode ser uma complicação nas cirurgias mistas, principalmente na derivação bileopancreática. 
        
    Há alguma alteração hormonal após o tratamento cirúrgico?

Há alterações dos hormônios envolvidos na sensação de fome e saciedade de humanos após cirurgia bariátrica. A maioria dos estudos publicados relata que após a cirurgia os níveis de grelina e colecistocinina ficam mais baixos e os de leptina e polipeptídio Y ficam mais elevados; isso pode contribuir para redução da ingestão alimentar e aumento na saciedade, auxiliando na perda de peso dos obesos mórbidos submetidos à cirurgia bariátrica.



Para mais informações, o vídeo abaixo apresenta explicações sobre a redução do estomago, e apresenta o caso de uma paciente submetida a cirurgia.






Fontes:





8 comentários:

  1. Quer uma solução rápida e eficiente para o emagrecimento? Faça uma redução de estômagos. Mas, cuidado! Esse tipo de cirurgia só é indicado para pacientes com obesidade severa com complicações e para os com obesidade mórbida. Mas se foram colocados os benefícios de tal operação, necessário é que sejam descobertas também os riscos dessa cirurgia que vem se popularizando.
    "Um em cada dez pacientes pode ter complicações depois do procedimento. A bancária Neuza Maria de Almeida teve dificuldades com o anel colocado no estômago, que se soltou. Hoje ela pesa os mesmos 110 quilos que tinha há oito anos. "É difícil porque tem a parte emocional. Tem que fazer dieta a vida inteira e seguir acompanhamento psicológico", alerta Neuza. ".
    É uma cirurgia de alto risco e as complicações pós-operatórias também podem ser severas. É preciso, após a cirurgia, um acompanhamento nutricional e muito importante é o acompanhamento psicológico ao ex-gordinho, a fim de esse não entrar em um "efeito sanfona" e mesmo em tendências depressivas.

    Fonte: http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,MUL13438-5603,00-SAIBA+OS+RISCOS+DA+CIRURGIA+DE+REDUCAO+DO+ESTOMAGO.html

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  2. Muito interessante o tema da postagem, haja vista o ‘mundo’ hoje sofre de obesidade! Muitos são os métodos que se realizam para a redução da obesidade, como o dito no texto a cirurgia de redução de estômago, mas muitos deixam de lado o principal fator para sua redução, que é a prática de exercícios físicos e a reeducação alimentar. No entanto, não existe somente a cirurgia bariátrica. O Conselho Federal de Medicina (CFM) também aprova o balão intragástrico no tratamento para a obesidade. Assim como as técnicas cirúrgicas que reduzem a capacidade do estômago, esse procedimento também provoca esse efeito e induz a pessoa a um menor consumo de alimentos. O balão é inserido com uma endoscopia e depois preenchido com líquido (cerca de 500 ml). É um procedimento que não requer internação, feito sem cortes e sem os riscos de uma operação. Apesar disso, são comuns os relatos de desconforto abdominal, náuseas e vômitos logo após a colocação do dispositivo. Os sintomas, no entanto, podem ser controlados com medicação. É possível perder até 20% do peso corporal, mas como precisa ser removido depois de seis meses, deve haver um trabalho de reeducação alimentar conjunto para que os quilos perdidos não sejam recuperados após a remoção do balão.

    http://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2014/02/24/cirurgia-de-reducao-de-estomago-so-e-eficaz-se-o-paciente-mudar-habitos.htm

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  3. A redução de estômago, apesar de muito eficiente na perca de pesos
    em indivíduos obesos, não é uma cirurgia milagrosa e suas repercussões no organismo do podem ser das mais simples como um mal estar até vômito e diarreias, tal como destacado brilhantemente na postagem e no vídeo.
    Atualmente, o SUS realiza essa cirurgia em indivíduos a partir dos 16 anos de idade, mas indica em última instância, quando todas as possibilidades para conter a obesidade mostraram-se falha, até porque a fila é longa. Em 2013, apenas no estado do Rio Grande do Sul, era 2,4 mil pessoas na fila de espera pela cirurgia bariátrica.
    Um estudo realizado por especialistas da Escola de Saúde Pública da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, que acompanharam 37 mil homens por 16 anos destacou que a obesidade está relacionada com aumento da incidência de distúrbios bucais em 19%, permitindo destacar que tais indivíduos terão maior dificuldade na ingestão adequada dos nutrientes, sobretudo no pós-cirúrgico, visto que poderão mastigar menos os alimentos decorrentes dos distúrbios bucais.
    O mais importante deste processo inteiro é a promoção da saúde e a prevenção da obesidade, pois tratar a obesidade é bem mais complexo que manter um estilo de vida saudável.

    FONTE:
    Redução de estômago pode trazer problemas renais Disponivel em http://bvsms.saude.gov.br/bvs/sus/pdf/julho/reducao_estomago_problemas_renais_2107.pdf Acesso 19 Nov 2014
    http://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2013/08/cerca-de-24-mil-esperam-cirurgia-de-reducao-de-estomago-pelo-sus-no-rs.html

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  4. A cirurgia bariátrica é um procedimento realizado em última instância pelo SUS, e possui um papel importante na saúde pública, uma vez que a fila de espera é grande, e muitas pessoas, conforme citado no blog, apresentam obesidade severa ou mórbida.
    O paciente entre 16 e 65 anos deve passar por avaliação clínica e cirúrgica e ter acompanhamento com equipe multidisciplinar durante dois anos. Nesse período, o paciente é submetido a uma dieta e, se os resultados não forem positivos em relação a esse e outros métodos convencionais, a cirurgia é então recomendada.
    Segundo dados do Ministério da Saúde, mais da metade da população brasileira em idade adulta (51%) está acima do peso ideal. Destes, 17% podem ser considerados obesos. Os números são da pesquisa Vigitel 2012 (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), levantamento realizado anualmente pelo MS desde 2006. A série histórica da pesquisa revela que o índice de brasileiros acima do peso cresceu 18,6% em seis anos – de 43% para os 51% constatados em 2012.
    Levando-se em conta que a obesidade está relacionada a hábitos alimentares e ao sedentarismo, o governo federal vem implementando políticas como o Projeto Academia da Saúde, que prevê a implantação de polos com infraestrutura, equipamentos e quadro de pessoal qualificado para a orientação de práticas corporais e atividade física e de lazer e modos de vida saudáveis. Até o final de 2013, mais de 300 academias já estavam concluídas, em um total de 2.866 projetos previstos para beneficiar a população de 2.259 municípios, representando um total de R$ 173 milhões repassados.
    Dessa forma, o governo promove saúde e previne os pacientes com obesidade de desenvolverem quadros patológicos mais sérios, bem como doença crônicas relacionadas.

    FONTE:
    http://www.brasil.gov.br/saude/2014/03/aumenta-numero-de-cirurgias-bariatricas-realizadas-pelo-sus

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  5. A cirurgia bariátrica tem se mostrado uma técnica de grande auxílio na condução clínica de alguns casos de obesidade. A indicação desta intervenção vem crescendo nos dias atuais e baseia-se numa análise abrangente de múltiplos aspectos do paciente. A avaliação psicológica e psiquiátrica do paciente se faz importante antes e depois da cirurgia, esse procedimento é essencial para verificar as condições do paciente para que ele passe por um processo cirúrgico sem maiores complicações. Por meio destas ações as cirurgias bariátricas tem mostrado uma importante evolução nos últimos anos contribuindo para o alcance dos objetivos dos pacientes.
    Fonte: http://www.redentor.inf.br

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  6. As cirurgias bariátricas evoluíram fortemente ao longo dos anos. Ainda que por vezes motivadas por razões estéticas, é capaz de melhorar a qualidade de vida do paciente. O post fez uma ótima abordagem, citando prós e contras para a realização desse tipo de cirurgia.

    A técnica derivação gástrica é a mais realizada. No Brasil difundiu-se a técnica de Capella, um cirurgião colombiano radicado nos EUA que acrescentou a colocação de um anel contensor no reservatório gástrico.Após termos realizado Cursos e Treinamentos no Exterior e tendo submetido vários pacientes a este procedimento por Videolaparoscopia, podemos dizer que se trata de uma técnica bastante segura e com ótimos resultados, inclusive sendo a base atual da cirurgia de diabetes.

    Conhecida como cirurgia a laser ou cirurgia dos furinhos, a cirurgia por videolaparoscopia é realizada com uma câmera de televisão e instrumentos que são colocados no abdome através de pequenos cortes (furinhos) de 1,0 cm cada. Por ser menos invasivo causa menos dor nos pós operatório e uma rápida recuperação e retorno ao trabalho sem contar ainda a vantagem estética pois substitui a necessidade de uma longa incisão ou corte para abrir a cavidade abdominal (como é feita na cirurgia convencional ou aberta).
    FONTE
    http://www.cirurgiaobesidade.com.br/novosite/index.php/cirurgia-de-obesidade/gastroplastia-redutora

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  7. No Brasil foram 80 mil cirurgias bariátricas penas em 2013. Porém, pesquisa do Departamento de Nutrição da UnB mostra que os resultados nem sempre são os esperados, e que não existem milagres para emagrecer. Ao acompanhar 80 pacientes do HUB que operaram há mais de dois anos, a nutricionista Fernanda Bassan observou que 73% voltaram a engordar, sendo que 23% tiveram ganho de peso significativo, ou seja, 10% acima do menor peso que atingiram após a cirurgia. “O paciente precisa ter consciência de que só a cirurgia, sem mudança de hábitos alimentares, não vai funcionar”, diz Fernanda.
    O estudo detectou duas variáveis que contribuem para o ganho de peso após a cirurgia: a má qualidade da alimentação e o tempo passado desde a operação. A cada ano que passa, o ponteiro da balança sobe um pouco mais. “O tempo após o procedimento é diretamente proporcional ao ganho de peso”, diz. “Isso mostra que mesmo tendo cuidado, a pessoa vai ganhar”.
    Essa pesquisa evidencia que a alternativa da cirurgia bariátrica não é garantia de solucionar todos os problemas relacionados à obesidade, além de apresentar seus riscos, como toda cirurgia. É mais eficaz a prevenção do quadro de obesidade ao nível de atenção básica, através da orientação de profissionais da saúde, mudança de hábitos alimentares e práticas de exercícios físicos.
    Fonte: http://unb.br/noticias/unbagencia/unbagencia.php?id=7531

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  8. Cirurgia bariátrica é a medida mais efetiva no tratamento da obesidade mórbida. Uma adequada avaliação psiquiátrica pré-cirúrgica é essencial para o diagnóstico e adequado tratamento precoce de um transtorno alimentar prévio. Não é possível prever todos os casos onde possa ocorrer transtornos alimentares ou outros transtornos psiquiátricos no pós-operatório, mas a existência de tais patologias no pré-operatório deve nos alertar para maior observação do paciente após a operação. Além disso, os transtornos alimentares prévios tendem a sofrer uma parada transitória ou modificação em sua manifestação após a operação, como, por exemplo, o paciente substituir os binge eatings por grazing (comer pequenas quantidades de alimentos em longo tempo). O padrão alimentar desordenado tende a persistir após a operação e pode agravar a condição clínica do paciente, além de, no longo prazo, facilitar o reganho de peso. As técnicas psicoterapêuticas cognitivo-comportamentais podem ser muito úteis neste caso, tratando diretamente o comportamento alimentar e evitando complicações.

    Fonte:

    http://www.scielo.br/pdf/abem/v48n4/a19v48n4.pdf

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